Como a série Insecure tem ajudado a mudar a imagem da mulher negra na TV?

Recentemente, Insecure, da HBO, chegou ao fim com o lançamento da sua quinta temporada. Criada e protagonizada pela atriz Issa Rae, a série tem retratado principalmente a mulher negra por perspectivas que não costumamos ver com frequência, sobretudo na TV brasileira.
Logo de início, a protagonista e quase todo o elenco restante são de negras e negros. A maioria delas bem sucedidas e no comando de suas próprias vidas, morando em Los Angeles, Califórnia, nos Estados Unidos, nos tempos atuais. A começar por Issa, que interpreta uma personagem de mesmo nome. De uma ruptura num relacionamento aparentemente estagnado, ela parte para novos desafios pessoais e profissionais.
Sua melhor amiga, a Molly, que é interpretada pela atriz Yvonne Orji, é uma advogada de sucesso, que enfrenta problemas na vida pessoal e amorosa. Ao contrário do que se costuma ver na TV brasileira, onde muitas mulheres negras costumam fazer somente papéis de figurantes, empregadas domésticas – raramente são protagonistas -, Insecure ajuda a mostrar a vida de negras e negros com naturalidade, com conquistas e problemas de uma pessoa qualquer, sem estigmatizá-los.
A série tem sido bastante elogiada pela crítica. Issa Rae compartilhou no seu perfil o trailer da última temporada. “Não acredito que esse será o último!”, escreveu a atriz. A postagem teve quase 1,5 milhão de visualizações.
Ao jornal Estadão, Issa afirmou que “sempre quis que Insecure mostrasse facetas diferentes da experiência de ser negro”. “Eu esperava que, a essa altura, houvesse muito mais séries fazendo isso, mas não foram tantas. E, quanto mais você fica sob os holofotes, mais as pessoas esperam que a experiência seja uma determinada coisa.”, afirmou.
Muitos temas importantes para a comunidade negra são retratados na série como a masculinidade negra, o racismo, a sexualização do homem negro, diferenças salariais, gentrificação, entre outros.
Apesar de parecer, a priori, uma série voltada especificamente para negros e negras, Insecure aborda as vivências de pessoas a partir dos seus 30 anos como qualquer outro seriado. Sex and the city, por exemplo, por ter um elenco branco, consegue muito mais facilmente se encaixar como uma série “universal” e não de “nicho”. Mais uma forma de como o racismo está presente até na escolha das séries para assistir.
E você? Ainda não assistiu Insecure? Corre para maratonar as quatro primeiras temporadas.